Já postei aqui sobre como a ansiedade pode dificultar ainda mais a nossa nada mole vida na corrida pelo bebê. Também já cheguei a conclusão de que a ansiedade pode mesmo se transformar em causa de uma infertilidade temporária, por toda a questão química que se desdobra a partir da produção dos hormônios do estresse, mas tenho certeza de que majoritariamente ansiedade e estresse são consequências da peleja de quem tenta mensalmente vislumbrar a segunda linha no teste de farmácia, números no beta HCG ou um pontinho de vida na tela do aparelho de ultrassom.
Inúmeras pesquisas dão conta de demonstrar o quão impactantes são os problemas de infertilidade na vida dos casais, e mais ainda na vida das mulheres. Culturalmente estamos fadadas a nos sentir responsáveis por algo estar dando errado nesse caminho. Mesmo que o problema esteja no homem, na maior parte das vezes, nós mulheres preferimos assumir a culpa do fracasso e o resultado disso muitas vezes desemboca em quadros de depressão e transtornos dos mais variados. Muitos relacionamentos vão pro brejo por que em algum momento um dos lados não suporta a pressão e prefere abandonar o barco.
Essas situações são comuns, são reais e devem ser levadas em consideração. Muitas mulheres que não conseguem engravidar apresentam comportamento semelhante ao de um paciente em estado terminal de vida. Sim, não é exagero! Mulheres que passam anos lidando com a frustração de não conseguir conceber podem ser tão depressivas quanto pessoas que são diagnosticadas com câncer por exemplo. Isso é dado científico!
Por isso quis compartilhar com vocês este meu achado, um site chamado Psicofértil.
A abordagem dessa iniciativa é uma maravilha! Pena que esse projeto aí fica nas terras do além tejo, lá em Portugal!
Acho que projetos assim, de amparo a casais que estão enfrentando problemas de fertilidade é uma brecha cá em nossas terras tupiniquins. (#ficaadica para o pessoal da área de psicologia!)
E às tentantes que estão lidando com as mazelas dessa luta, desejo força e coragem. E um conselho: se a tristeza está durando tempo demais, procure ajuda médica. Um terapeuta, um psicólogo, um psiquiatra, pode ser um grande aliado nesse processo.