Quando era adolescente, eu tinha uma auto-estima menor que carrinho Hot-Wheels. Também pudera, eu era magricela, usava óculos, meu cabelo crespo não tava na moda, tinha a pele oleosa e que vivia decorada de espinhas (guardem estas informações).
E minha adolescência começou cedo. Minha primeira menstruação chegou quando eu tinha 11, quase 12 anos, e assim que ela pintou minha mãe marcou a minha primeira consulta com uma ginecologista.
Depois da menarca passei 3 meses sem menstruar, e o ciclo só começou a ter alguma regularidade já aos 13. Digo "alguma regularidade" porque não era um ciclo de 28 a 32 dias e 4 dias de sangramento tsc tsc tsc... nada disso. Eu menstruava uma vez, depois menstruava novamente 35, 40, 45 dias depois e ficava 7, 10, 12 dias usando absorvente, porque era um tal de borrinha-sangue-borrinha-sangue que parecia não ter fim. Então aí começou minha peregrinação nas ginecologistas, pra ver se arrumava esse negócio e acabava essa lambança de gastar 3 pacotes de absorvente por mês.
Nessas peregrinações ginecológicas, através de uma ultrossonografia (US) pélvica - porque eu era virgenzinha e não podia fazer endovaginal - recebi meu primeiro diagnóstico: Ovários Micropolícisticos. A justificativa para o meu ciclo irregular e também para todas as minhas espinhas.
Daí iniciei o tratamento com o medicamento de praxe: anticoncepcional (AC) de baixa dosagem.
Tempos passaram e eu continuei tomando AC por mais 3 anos, parei, voltei a tomar novamente... Até os meus 19 calculo que tomei por 4 anos.
Eu não tinha grandes problemas com o AC, não me dava efeitos colaterais exceto um ligeiro ganho de peso, que não era de todo mal, já que eu era muito magricela até os 16. Mas quando eu completei 19 eu fiquei abusada daquele troço e resolvi parar por conta própria. A essa altura o meu ciclo já tava arrumadinho e depois que eu parei com o AC ele continuou mais ou menos certinho.
Aos 19 eu também me mudei de cidade e por tabela troquei de ginecologista. A nova ginecologista era uma flor de formosura. Tenho saudades dela até hoje! O consultório dela era lindo, cheiroso e ela era pontual, doce e muitissimo paciente e atenciosa comigo. Tirava todas as minhas dúvidas sobre sexo, sobre o formato do meu útero, sobre os resultados de exame de cultura que ela coletava lá no consultório mesmo. Passava mais de meia hora na consulta! E ela acompanhou os meus primeiros passos pós-primeira-vez (deixei de ser virgem já tava idosa, aos 21 anos).
Foi com ela que fiz o meu primeiro preventivo de gente grande. Ela me encaminhou para a US endovaginal e assim constatou que os ovários continuavam lotados de pequenos cistos e ela me explicou que não era nada grave, mas que caso não fossem tratados poderia me gerar um cisto maior futuramente o qual poderia me trazer problemas mais sérios, como um tumor. Na época acho que o meu ciclo ainda estava razoavelmente regular. Er... na realidade eu não prestava muita atenção na data da minha menstruação, porque sempre tive TPM e por isso eu "pressentia" quando a Mrs. M tava a caminho. Mas eu me lembro bem que todo mês eu menstruava, por isso sei que tinha uma regularidade razoável. Mesmo assim a dotôra fofinha me recomendou voltar com o AC. Porque seria bom para combater os cistos, bom pra pele, bom pro cabelo e toda esse merchan que GO adora fazer pros AC que eles receitam e, já que eu havia iniciado a vida sexual, de quebra eu iria me prevenir de arrumar bebê. Com todas essas vantagens eu não podia mesmo deixar de adquirir esse maravilhoso medicamento na vida, né? Voltei a tomar o AC e fiquei tomando por mais uns 2 anos, ou seja, até pouco tempo antes de me casar.
Acontece que mesmo com todo esse AC, vira e mexe detectavam cistos nas minhas US e isso foi colocando um circo de pulgas atrás da minha orelha. Aos 24 mudei de cidade e tive de trocar de médica novamente. Aí começa uma nova etapa, com novos diagnósticos. Coisa que vou contar nos próximos capítulos, que prometo serem mais curtos! ;)
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