Dentre estes 23 meses, alguns ciclos não entraram na conta porque eu estava fazendo algum tipo de tratamento contraceptivo ou porque vivemos crises no casamento. Então contabilizo 14 ciclos frustrados.
O balanço geral dessa história é bem diferente do que eu poderia imaginar quando ingressei nessa empreitada. A princípio eu tinha um instinto me dizendo que eu teria problemas de fertilidade mas junto com esse instinto também tinha um achismo bobo que me dizia que era só o marido colocar os peixinhos dele pra dentro do meu útero e voi là, seriamos pais! Hoje, depois de quase dois anos, eu me sinto cansada e triste ao me dar conta de que não tenho controle de absolutamente nada neste aspecto da minha vida. Porque, se antes a coisa que eu tinha certeza na vida é de que eu seria mãe antes dos 30, hoje só me resta a conformação com o fato de que a maternidade virá mesmo quando eu já for uma senhora balzaquiana, e olhe lá.
Durante todo o 14º ciclo, do mês de fevereiro, eu fiquei completamente arrebatada por um sentimento de serenidade. A positividade me preencheu e eu me senti gestando o meu grãozinho de amor. Me senti mãe e acreditei que mesmo que não estivesse ocorrendo algo fisiológico naquele momento, mesmo que não tivesse nada fecundo dentro do meu útero, meu coração estava verdadeiramente pronto para a maternidade. Senti como se dali em diante seria meramente questão de tempo para que o meu corpo começasse a dar sinais de que uma nova vida estava chegando.
Mas aí fevereiro acabou e março chegou trazendo um novo ciclo e levando aquela sensação boa de serenidade que senti durante todo o 14º ciclo. O 15º ciclo iniciou exatamente no 1º dia de março...
E os dois ou três primeiros dias deste ciclo foram chorosos e doloridos. A frustração me manteve presa na cama por mais horas do que eu gostaria, e mais uma vez o desânimo e o desespero me machucaram, me fizeram ser ríspida e impiedosa com meu marido, rebelde e descrente em Deus.
Mas nada como um dia após o outro... Do terceiro dia em diante a gente levanta a cabeça, sacode a poeira. e dá um jeito de encontrar forças pra recomeçar. Voltei a medir a TB, encomendei testes de ovulação, comprei chás e consegui uns preparados naturais pra tomar durante este ciclo. Tentei marcar consultas com o médico especialista em fertilidade. Decidi que vou partir para o atendimento particular - porque meu plano atual não está cooperando mesmo - e marido vai fazer o tal do espermograma de luxo (aquele que custa 200 dilmas) na próxima segunda! We are on the game!
E assim vamos seguindo!
Amanhã tem mais um post da série Medicina Natural.
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